quarta-feira, 23 de dezembro de 2009


1 comentário:

  1. Obrigado, Zé, pelos teus votos.
    Aqui te deixo, como se de um abraço grande se tratasse, para ti, teus pais, mano e avós,um poema de Natal, que colhi ontem na linda Biblioteca Municipal da Horta, para onde corri a proteger-me da valente chuva.
    Diz que o Natal é de todos, em todo o lado. É em Dezembro, mas pode ser em todo o ano. O que é verdade.
    Natal, e não Dezembro
    Entremos, apressados, friorentos,
    numa gruta, no bojo de um navio,
    num presépio, num prédio, num presídio,
    no prédio que amanhã for demolido...
    Entremos, inseguros, mas entremos.
    Entremos, e depressa , em qualquer sítio,
    porque esta noite chama-se Dezembro,
    porque sofremos, porque temos frio.

    Entremos, dois a dois: somos duzentos,
    duzentos mil, doze milhões de nada.
    Procuremos o rastro de uma casa,
    a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
    Entremos despojados , mas entremos.
    Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
    talvez seja Natal e não Dezembro,
    talvez universal a consoada.


    David Mourão-Ferreira (Cancioneiro de Natal.1960-1987)

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